
Cinco anos após a pandemia da Covid - 19 os seus impactos ainda podem ser observados na atualidade
Cristiana Toscano, coordenadora do Ceti-Saúde, falou sobre os impactos deixados pela pandemia na atualidade durante o programa Conexões, da TV UFG
Texto: Maria Eduarda da Silva
No dia 11 de março de 2025, completaram-se 5 anos desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) caracterizou a Covid - 19 como uma pandemia. Desde então, milhões de infectados e mortos foram registrados em todo o mundo.
Para tratar sobre os efeitos da doença no cenário atual, a coordenadora do Ceti-Saúde e professora Cristiana Toscano, do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP), também membro do Comitê de Experts em Vacinas e Imunizações (SAGE) da Organização Mundial de Saúde (OMS), foi convidada pelo programa Conexões, da TV UFG. Durante a entrevista, a profissional falou sobre os legados deixados tanto para a medicina quanto pela ciência.
“Acho que temos que olhar os legados pensando pelo lado positivo, pensando no futuro também. O principal legado foi a capacidade da sociedade e da ciência de enfrentarem a pandemia. Embora tenha sido um impacto enorme, poderia ter sido muito maior. Desenvolver tecnologias, vacinas e medicamentos e conseguir fazer frente a essa ameaça foi muito importante”, destaca.
A professora ainda ressalta que a área da saúde ainda irá passar por ameaças, com epidemias e pandemias, logo, quanto mais a sociedade e a ciência estiverem preparadas e planejadas, melhor será a resposta.
Apesar do legado positivo para a ciência, a pandemia também deixou sequelas negativas na saúde. O coronavírus responsável pela infecção, o SARS-CoV-2, continua circulando e ainda existem pessoas que foram infectadas durante o período da pandemia e apresentam evolução com manutenção dos sintomas.
De acordo com Cristiana Toscano, esse cenário da Covid longa pode ser melhor entendido através de estudos atuais.
“Na Covid, existe a infecção aguda, que pode ter uma evolução bastante grave, principalmente em grupos de maior risco, como idosos ou pessoas com outras comorbidades. Mas existem também outros efeitos relacionados à doenças endócrinas, cardiovasculares, quadros de derrames, infartos e obesidade que podem contribuir para complicações a longo prazo e à Covid longa”, explica.
Ela ressalta que ter esse conhecimento sobre uma doença tão complexa é fundamental para prevenir e mitigar suas complicações futuras.
Toscano, que fez parte de um grupo de estudo e desenvolvimento das vacinas de Covid - 19 no Brasil, também falou sobre a importância da vacinação. Para ela, existe uma negação de reconhecer a ciência como um todo, o que pode levar as pessoas a não terem acesso àquilo que ela produz.
“É importante ressaltar a importância da ciência e dos estudos, a importância daquilo que, através da pesquisa, conseguimos demonstrar e esclarecer. Conseguimos desenvolver novas vacinas contra doenças, e existe todo um processo de testes, de avaliação de segurança, registro, controle e monitoramento que são feitos para todas as vacinas, entre elas a da Covid”. Ela também destaca que deve-se ter um olhar de neutralidade em relação à ciência e identificar os riscos de uma doença comparados aos benefícios de uma vacina.
“A vacina pode doer, você pode ficar com mal estar depois, eventualmente podem ter efeitos, que são raríssimos, e, em contrapartida, temos a doença que podem causar complicações, hospitalizações, mortes. Como toda a intervenção, é necessário colocar na balança e olhar de maneira neutra e científica, e considerar essas evidências para reforçar o papel e a importância das vacinas na sociedade”.
Não deixe de conferir a entrevista completa no canal oficial da TV UFG no Youtube.
Fuente: Comissão de Comunicação do IPTSP
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