
Especialistas destacam desafios e estratégias para ampliar o acesso às vacinas no Brasil e no mundo
Produção, logística e incorporação de novas tecnologias foram temas centrais em sessão coordenada por Cristiana Toscano, durante o International Symposium on Immunobiologicals
Texto: Marina Sousa
Durante a sessão “Vaccines for all: production, logistics, and access to immunobiologicals”, realizada na última quinta-feira (8), durante o International Symposium on Immunobiologicals (ISI), especialistas nacionais e internacionais debateram os principais entraves e soluções para garantir a ampliação do acesso às vacinas, com foco nos sistemas públicos de saúde. A discussão foi coordenada pela médica infectologista Cristiana Toscano, do Centro de Excelência em Tecnologia e Inovação em Saúde (Ceti-Saúde|UFG).

e o assessor científico sênior de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Marcos Freire
(Foto: Acervo pessoal)
O evento ISI aconteceu nos dias 7, 8 e 9 de maio, na cidade do Rio de Janeiro e foi organizado pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). O evento que está em sua 9° edição visa dar visibilidade à produção científica nacional, principalmente a do setor de biotecnologia; discutir o desenvolvimento científico e tecnológico, integração de pesquisadores com instituições de produção e desenvolvimento, além de proporcionar a formação de redes colaborativas. A coordenadora do Ceti-Saúde UFG, Cristiana Toscano deu início a sessão com foco na produção, logística e acesso a vacinas, destacando a importância de um ecossistema de imunização robusto.
Em seguida, o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, trouxe à tona os desafios enfrentados pelo Brasil na introdução de novas vacinas no calendário vacinal. Ele destacou o papel histórico do Sistema Único de Saúde (SUS) na vacinação universal, mas alertou para obstáculos crescentes, como a necessidade de vacinas tecnologicamente mais avançadas, o armazenamento adequado em regiões remotas e os efeitos da crise climática sobre a logística de distribuição. Gatti também chamou atenção para o aumento da incidência da Meningite B e para a importância de vacinas estáveis, como a de coqueluche de células inteiras.

Com foco na esfera internacional, Thomas Denny, do Instituto Duke de Vacinas (EUA) detalhou sobre os desafios no desenvolvimento, fabricação e distribuição de vacinas para o mercado público. Peter Dull, Fundação Bill & Melinda Gates, ressaltou a urgência do desenvolvimento de vacinas combinadas, capazes de proteger contra múltiplas doenças com uma única aplicação, uma estratégia especialmente valiosa em campanhas de larga escala.
Cristiana Toscano disse que o debate evidenciou a necessidade de um ecossistema de imunização robusto, que vá além do desenvolvimento científico e incorpore estratégias práticas e inclusivas para garantir que as vacinas cheguem a todos, em todos os contextos.
Source: Assessoria de Comunicação Ceti-Saúde
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